20/11/2020

Nesta sexta-feira (20), mais um caso de racismo estampa os jornais de todo o Brasil. O RACISMO MATA! E o mercado Carrefour outra vez protagoniza o que há de pior na nossa sociedade: o racismo estrutural predatório. João Alberto Silveira Freitas foi brutalmente violentado por um segurança e um policial à paisana, entrando para as estatísticas brasileiras.

Conforme dados do Atlas da Violência, em 2018, 75,7% das vítimas de homicídio no Brasil eram negras. No contexto histórico, de 2008 a 2018, o número de homicídios de pessoas negras no país aumentou 11,5%, já entre pessoas não negras caiu 12,9%. Na prática, para cada indivíduo não negro morto em 2018, 2,7 negros foram mortos. É um número alarmante que expressa a violência racial no país, na qual os negros e negras enfrentam diariamente, desconstruindo a velha falácia de uma democracia racial.

Segundo dados do Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE (2018), apesar da população brasileira ser de maioria negra (56%), a estrutura racista pela qual nossa sociedade foi constituída por séculos, não permite que negros e negras ascendencem nos espaços sociais. Um exemplo disso é que os negros ganham menos no Brasil do que os brancos. Segundo o IBGE, o rendimento médio domiciliar per capita de pretos era de R$ 934 em 2018. No mesmo ano, os brancos ganhavam, em média, R$ 1.846 – quase o dobro. Entre os 10% da população brasileira que têm os maiores rendimentos do país, só 27,7% são negros.

Neste 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, reforçamos o quanto é importante à luta antiracista para modificarmos as raízes estruturais do racismo no nosso país. João Alberto, Marielle, João Victor, Amarildo, Claudia Ferreira e demais pretos e pretas assassinados pela sociedade brasileira jamais serão esquecidos. Nossa luta é diária para que vidas negras possam existir em paz. “Não basta não ser racista. É preciso ser antiracista” (Angela Davis)

SISME NA LUTA